sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Citações - 11/2008

Quando desabrocha a primavera de vitórias depois de um inverno de rigorosas adversidades, tudo se transforma em felicidade. Sem ter chorado, não se pode sentir o sabor do sorriso; sem ter passado por sofrimentos, não se pode saborear a verdadeira alegria. Há momentos em que, no meio de uma séria dificuldade, alguém pense: “Por que somente eu tenho de passar por tudo isso?”. Contudo, pensando bem, esse palco da vida foi escolhido pela própria pessoa com o intuito de cumprir a sua missão. Quanto maior o sofrimento, mais grandiosa é a missão. No seu caso, apesar da oposição de seus familiares, você comprovou que o levantar de uma única pessoa torna possível a realização da revolução humana e da harmonia familiar. Quando as pessoas que vivenciam problemas semelhantes tomarem conhecimento desse fato, acalentarão esperança e coragem de que serão também capazes de ultrapassar tais situa­ções. A falta de compreensão de seus familiares era um enredo para você cumprir a sua missão.
Daisaku Ikeda

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Pequena história inacabada de Caê 10 - 2008

Caê, assim Caetano gostava de ser chamado, já conseguia considerar, conscientemente, que a tristeza sentida por ele derivava da ausência de uma sensação.
Ele passava horas, às vezes dias, praticando diálogos fecundos com seu amigo Norberto, a respeito do que poderiam significar certas coisas.
No entatno, embora já estivesse cônscio, não tinha coragem. Faltava-lhe a atitude decisória que, poderia trazer-lhe certa dor, mas que seria a terapia necessária, para a cura de que precisava.
Havia alguns meses, Caê conhecera uma garota. O instinto foi tão devastador que ambos viviam a declarar com facilidade: " é o amor da minha vida". Besteira! Como é que se decide isto, em tempos de total corrupção moral como esta em que vivemos?
Esta garota embriagou Caê como o mais refinado dos efeitos entorpecentes. Ele, no seu íntimo, sabia que aquela sensação não passava de algumas descargas de dopamina em seu sangue. Uma substância atroz que, embora se saiba que o objeto ativador não é benéfico, toma-se em doses cada vez maiores - droga que é.
O erro de todo aquele envolvimento passou a ser apresentado, sem censura, a Caê que cego desorientava-se tal como uma nave fora de órbita.
Não foram suficientes as palavras de Norberto, os avisos de Selena, as denúnicas podres de Valkíria (ainda que do lado negro, ela também tentou...), ninguém foi capaz de libertá-lo. Claro, a libertação teria de vir de onde sairia a chave que abriria a porta de saída. O zelador desta era ninguém menos do que ele próprio.
Daí a grande dificuldade e o risco. Porque, finalmente, no meio de uma dependência enorme, Caê resolveu libertar-se. Abria a porta, mas a deixou aberta. Em poucos minutos estava de volta, fazendo largo uso da mesma droga.
Havia um "q" de receio. Uma contaminação ainda maior poderia ocorrer, já que entrega daqueles corpos era feito sem reservas de nada...
Caê, hoje, anda sozinho, mas não se sabe até quando.
A porta, mais uma vez, foi deixada aberta e não se sabe onde foi deixada a chave.
Será que mudou o zelador?

Não me roce a pele. 20/11/2008

Não adianta esconder de onde você vem.
Pelo odor que te vaza,
Bem sei que não foram campos de lavanda os que você pisou e,
Depois de tê-lo feito, as flores órfãs que pereceram sob seu caminhar denunciam,
Sem voz ou palavras,
O horror de sua presença.

Para já com tanta verborragia!
O sangue vazando dela não tem lágrima nem cor.
É sepulcro puro.

Diz-me a verdade dura.
Ela há de me confortar mais do que suas mentiras doces.

Tenho tomado um remédio.
E que efeito surgido dele!!!
Apraz-me o efeito que galopa, mas não chega,
Pois, assim, sinto um pouco mais dessa dor que não abandona,
Mas que pedi no início de tudo, para não perecer em solidão.

Areia desértica quente e fria
Nunca mais roce minha pele,
Já trago urticárias que me marcam dentro
E que, por isso, não me deixam sonhar.

É chegado o tempo em que te quero aqui dentro...
Mas não te deixo entrar.