Vivemos num acordo íntimo de convivência:
Ele lá.
Eu cá.
Esse abismo que nos separa é exatamente, o que nos une.
Vivendo em periferias distintas, os corpos a não se tocarem mais, faz com que as almas se abrandem, num compasso ausente de libido e posse... e flutuam alto,
Onde só o que se imacula é capaz, ainda, de ser puro e raro.
Adriano Gustavo di Andrade
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Uma satisfação – 2007
Aqui está o poema que ainda não te escrevi.
Por várias razões:
Faltou luz para iluminar, totalmente, o meu pensamento.
Faltou a visão de tudo para defini-lo, porque tu és universal.
O que poderia eu fazer para atingir o que você é?
Porque certas palavras existem, mas são plenamente difíceis de dizer.
Adriano Gustavo di Andrade
Por várias razões:
Faltou luz para iluminar, totalmente, o meu pensamento.
Faltou a visão de tudo para defini-lo, porque tu és universal.
O que poderia eu fazer para atingir o que você é?
Porque certas palavras existem, mas são plenamente difíceis de dizer.
Adriano Gustavo di Andrade
Contradição 01/10/05
Agora já não sei se sinto falta de ti
Ou se do que vivi ao seu lado.
Do carinho, da amizade, do prazer...
Aquele gostinho bom de estar junto
O conforto do cheiro – do olhar.
A dança do dia-a-dia, o acordar:
Vício, costume ou sincronia?
Tudo compartilhado, a felicidade...
A flor que te dei,
O poema que te escrevi,
O adeus que nunca quis te conceder,
Mas rugindo em mim uma nova disposição.
Permanece a sinceridade
Por fim, sei:
O que plenamente vivi, foi com você.
Adriano Gustavo di Andrade
Ou se do que vivi ao seu lado.
Do carinho, da amizade, do prazer...
Aquele gostinho bom de estar junto
O conforto do cheiro – do olhar.
A dança do dia-a-dia, o acordar:
Vício, costume ou sincronia?
Tudo compartilhado, a felicidade...
A flor que te dei,
O poema que te escrevi,
O adeus que nunca quis te conceder,
Mas rugindo em mim uma nova disposição.
Permanece a sinceridade
Por fim, sei:
O que plenamente vivi, foi com você.
Adriano Gustavo di Andrade
Era uma noite muito fria. 23/06/05
Muito distraída e vestida elegantemente, ia aquela mulher, pensando no chocolate quente que a esperava em seu confortável apartamento.
Ao passar pela esquina da Praça da República, sem intenção, tropeçou, no que parecia um grande e pesado pacote.
Protestou:
- Que droga! Há lixo em todo lugar nessa cidade. Ninguém faz nada.
Sem esperar, percebeu um gemido vindo dali. Parou, inclinou-se e notou que, no meio do lixo, algo se movia.
O sujeito, que encontrou aquele lugar de mais confortável e quente naquela noite, levantou-se e resmungou:
- Não vê por onde anda? Tem tão pouco lixo assim que você não me percebeu?
A mulher, atônita, não respondeu nada. Refletiu, refletiu e continuou seu caminho. Por fim, sussurrou:
- Meu Deus, por que todos não possuem a mesma sorte? Não somos filhos de ti e, portanto, irmãos? Oh Grande e justo pai!
Poderia haver uma única resposta, mas há religiões demais.
Adriano Gustavo di Andrade
Ao passar pela esquina da Praça da República, sem intenção, tropeçou, no que parecia um grande e pesado pacote.
Protestou:
- Que droga! Há lixo em todo lugar nessa cidade. Ninguém faz nada.
Sem esperar, percebeu um gemido vindo dali. Parou, inclinou-se e notou que, no meio do lixo, algo se movia.
O sujeito, que encontrou aquele lugar de mais confortável e quente naquela noite, levantou-se e resmungou:
- Não vê por onde anda? Tem tão pouco lixo assim que você não me percebeu?
A mulher, atônita, não respondeu nada. Refletiu, refletiu e continuou seu caminho. Por fim, sussurrou:
- Meu Deus, por que todos não possuem a mesma sorte? Não somos filhos de ti e, portanto, irmãos? Oh Grande e justo pai!
Poderia haver uma única resposta, mas há religiões demais.
Adriano Gustavo di Andrade
Teu perfume 12/04/07
Que o seu perfume não me toque a língua
A amargar o doce que, há tanto, preservo
Pois que, ao sentir sua fragrância
Todos se aprazem e encantam
Ao passo que, para mim,
Afasta no íntimo
E só atrai na superfície.
Adriano Gustavo di Andrade
A amargar o doce que, há tanto, preservo
Pois que, ao sentir sua fragrância
Todos se aprazem e encantam
Ao passo que, para mim,
Afasta no íntimo
E só atrai na superfície.
Adriano Gustavo di Andrade
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