sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Era uma noite muito fria. 23/06/05

Muito distraída e vestida elegantemente, ia aquela mulher, pensando no chocolate quente que a esperava em seu confortável apartamento.
Ao passar pela esquina da Praça da República, sem intenção, tropeçou, no que parecia um grande e pesado pacote.
Protestou:
- Que droga! Há lixo em todo lugar nessa cidade. Ninguém faz nada.
Sem esperar, percebeu um gemido vindo dali. Parou, inclinou-se e notou que, no meio do lixo, algo se movia.
O sujeito, que encontrou aquele lugar de mais confortável e quente naquela noite, levantou-se e resmungou:
- Não vê por onde anda? Tem tão pouco lixo assim que você não me percebeu?
A mulher, atônita, não respondeu nada. Refletiu, refletiu e continuou seu caminho. Por fim, sussurrou:
- Meu Deus, por que todos não possuem a mesma sorte? Não somos filhos de ti e, portanto, irmãos? Oh Grande e justo pai!
Poderia haver uma única resposta, mas há religiões demais.

Adriano Gustavo di Andrade

Um comentário:

merry disse...

Adorei!!! Sempre fazendo-nos refletir.
beijos