segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Folhas mortas 12/10/2009

A Dualidade de Noncert era algo estranho.
Residia na sua forma inverídica de se ver - e de ler o mundo.

Certa noite, olhei profundo em seus olhos, ao que ele não pôde resistir.
Deu-me sua mão e confessou algumas estórias de sua vida.
Eu permancei impávido. As partes mostradas naquela audiência não me eram inéditas.

Sua dualidade foi defendida, argumentada, maquilada, de modo a me sofismar,
No entanto, a força visceral do que se sucedia, foi exposta em seguida.
O que se tem dentro em putrefação, logo estoura, trazendo à tona o que não se pode ocultar.

Eu jamais esqueci a doçura de Adélia, suas palavras, seu olhar dormem e acordam comigo.

Dia desses, andava sozinho pelas ruas da minha vida.
Passaram folhas mortas pelo meu caminho:
Não servem para nada. Só estão ali, para mostrar sua existência.

Infelizmente, pessoas são como folhas mortas...

Eu bem sei as que cultivo em meu jardim. Tamanho carinho, cuidado e devoção.
Estas vivem e estão comigo, enfeitando o meu peito, perfumando o meu gesto.

Esperamos um milagre. Ele não acontecerá!

Adriano Gustavo di Andrade

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