segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Fio da navalha - 07/09/2009

Porque só o cotidiano não me bastava.

Quando olhei os resultados da implicação desses dias,
Retornei ao passado adormecido e não aprendi nada.
Graças!
É do presente que se tiram os frutos
Ou para o futuro que se enterram, fundo, as sementes.

Nenhum deles nem mesmo eu esperamos a fé como conforto,
Senão o avesso de uma cegueira que só aumenta.

Foi voraz o arquivo de notas e retratos que olhei, mas não vi.

Tudo estava exposto ao público que tratou de me excluir,
Porque, talvez, era eu a peça que se exibia sem rubor na face.

Amargurados e ordinários, na passarela do que se chama amor,
Zumbis e avatares dançam
Sobre o fio da navalha.

Eu ando por caminhos...
Inclinado a 45º, tento apoiar-me no pouco que tenho,
Mas não usarei da substância inútil, se tenho a vida ainda a suportar.

O trabalho, senão tripallium
A palavra, senão o pior suor
E a angústia, senão alento.

Estou deitado,
Sobre o fio da navalha.


Adriano Gustavo di Andrade

Nenhum comentário: