sábado, 11 de setembro de 2010

Tolice - 11/09/2010

Tolice no meio do que me é brilhante. Achei que pudesse atravessar o seu aniversário e que poderia ver seu sorriso, enquanto as palmas fossem ouvidas. Esse adeus dado não passa do desprezo que estamos inflingindo uma ao outro. Tu és infame ainda. Queria comer desse prato e tentar inalar o cheiro que te era estranho, mas não teve substância suficiente para sustentar a porta que te abria diante do seu minúsculo conhecimento. Malas feitas, ticket comprado, parcela somada na gaveta das desilusões, saia, empurre a minha presença de seu lado, mas não misture o que não és ao que já conquistei. Tivesse uma palavra de verdade e eu seguiria pela estrada de areia seca sobre a qual construí o meu repertório. Quando voltares, tenha um olhar mais claro, limpe a ponta dos seus dedos e o vocabulário usado no seu cotidiano insípido. Dirija-se a mim com a força dos passos de um titã. Desse seu feudo, não quero parte nenhuma. Isso é miséria demais pra mim. Quando as torres gêmeas de sua estrutura crítica ruírem, não me chame para estar nesse aniversário. Eu não estarei lá. Tampouco farei parte da composição desse retrato em branco e preto. E da montagem do seu ibá sem fundamentos. No meio de tanta guerra, basta pra mim, olhar o meu umbigo e não ir tão longe senão você NUNCA me alcança. Não olharei pra trás. Tente manter uma distância segura de não cair no meu colo e abandonar a pouca crença que te resta em si mesmo. Essa tolice tranformou-me em hébrio. Dopado e com riso de fato, perdi o passo daquela última dança - a melhor - aquela que se dança sozinho - e agora fico à espera dos seus braços para conseguir um único mover.

Adriano Gustavo di Andrade

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