Encontrei suas palavras esquecidas no
fundo de um armário de um frio escritório.
Tentei resgatá-las, mas não valeria o esforço.
Abandonei-as mortas, já que poderiam ressucitar algo o que não desejo.
Eram sua tentativa de redenção?
Eram a busca atormentada da manutenção de seu desvio?
Você sempre me foi intermediário.
Sempre esteve entre o sim e o não
o antes e o depois
o já e o nunca
a decisão e a desistência
o imaginado e o efetivo.
Esta sua prática deriva do pensamento de que,
assim,
Não encanta nem desencanta demais,
Embora queira estar entre os caminhos de todos.
Contaminou-me com isso. Sofro!
E, enquanto intermedeio o que já é fragmentado,
Imaculo-me na defesa de um escaravelho urbano e de luz intensa...
Tão intermediário foi que me matou e não teve a coragem de permanecer sozinho.
Matou-se em seguida, deixando apenas como satisfação aos que nos amavam
O marcador de páginas onde sua vida fora escrita.
Adriano Gustavo di Andrade
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário