sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Normalidades – 11/2006

Vivemos, atualmente, um estado de normalidade. Muitos definirão este pensamento como incoerente, mas advirto que se trata de uma simples verdade.
Basta um olhar, mínimo que seja, ao redor, para se certificar de que o fundamento de tal temática é plausível.
Em cada esquina, fome, prostituição, tráfico, violência.
Em cada lar, traições, inveja, indecência, ruptura.
Em cada canto, suspeitas, meias palavras, olhares baixos, audição fingida, movimentos ensaiados.
Em cada pessoa, um poço de água turva. Uma substância composta de tudo o que deveria estar no lixo. Contudo, hoje, o lixo está posto sobre a estante de árvores mortas, ao passo que o porta-retrato feliz jaz no aterro da distorção.
É sabido que o uso de certas gradações, poesia e forma não são bem-vindos em textos considerados como artigos, entretanto, estamos discutindo a normalidade. Esta, estranha em tempos de caos total.
Ora, é evidente que comecemos a nos confundir, pois se nomeio o meu foco de normalidade e declaro que esta é rara, o que quero abordar, então?
Quero revelar o que já nos é lugar comum: Após milhares de anos, de tantas civilizações passadas, de tantos começos e fins, estabeleceu-se o COSTUME. Em direção a se evitar a dor, colocamos uma venda nos olhos e aceitamos.
É normal a violência, as drogas, o analfabetismo, os que morrem de fome, frio e sede, as doenças, a corrupção, o desmatamento, os rodeios, as rinhas etc...
Tudo nos parece normal, mas NÃO é.
Adriano Gustavo di Andrade

Um comentário:

merry disse...

Seria tão bom se todos tivessem essa consciência, mas por mais que se fala dessa "normalidade" pouco se faz efetivamente.
Me pergunto muitas vezes: então o que fazer?
Talvez denunciar como você esta fazendo aqui seja o primeiro passo...
Bjs
Merry