sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Segredos e poder. – 07/2005

- Por favor, não me conte seu segredo!
- Por que não?
- Certamente, sentirei vergonha.
- Se o segredo é meu, por que ficarás constrangido?
- Porque os nossos segredos são como vestimentas, não as de qualquer tipo, mas aquelas que cobrem as partes que insistimos esconder.
- Explique melhor?
- Quando revelas o teu segredo, desnudas-te, perdes parte de tua força.
- Besteira! Nada mudará.
- Tenha certeza de que, conforme o que me contares agora, deixarei de ouvir metade do que me disser, depois, em conselho. Sim, pois o que te mantinhas sobre o que estavas, o lançará ao desespero de quem, estando NU, apenas pensa em esconder aquilo que não deseja mostrar.
- É, pode até ser...
Argüiam, nestes termos, os dois amigos. Cada um preocupado consigo mesmo. Um com coragem de se mostrar, sem saber das conseqüências. O outro, temendo ver naquele o que deveras já mostrou de si – e se arrependeu.
Adriano Gustavo di Andrade

2 comentários:

Unknown disse...

Que bafonnnnn !!!!

Adorei !!

Anônimo disse...

Vindimas e Mentiras.

Vindima e Mentiras.
Formalidades vexatórias o são segredos e poder.
O poder de tentar ser? Estar mais nu do que a própria nudez.
É, pode ser...
Alcançamos à expressão máxima do movimento, através dos gestos imóveis das estátuas.
Então no segredo esta a liberdade. E o poder.
OOO Hidra de Lerna, vai ter com os vermes e as minhocas.
Não me ofenda.
São formalidades vexatórias vindimas e mentiras.
Não suportamos o peso do mármore branco.
Procedem assim os amigos – um educa o outro doutrina – cada um com sua sabedoria. Há mais de uma, sendo todas igualmente necessárias ao mundo. Não há mal que se alternem.